A violência e o sexo são armas muito utilizadas pela dramaturgia para conquistar público e garantir audiências elevadas. E muitas vezes aparecem gratuitamente apenas como recurso para elevar os números do que é exibido em nossa TV.
Entretanto, a violência pode ser o fio condutor de ótimas histórias, como é o caso de “A Lei e o Crime”, de Marcílio Moraes, muito bem executada por Alexandre Avancini. Todos os episódios exibidos nestas primeiras semanas do ano apresentam ótima edição, muito ritmo, texto provocativo e boas interpretações.
O seriado entrou no ar com a missão de brigar pela liderança às segundas-feiras e fisgar o telespectador cansado dos filmes de Hollywood ou das reportagens sobre belas paisagens e bichos selvagens. “A Lei e o Crime” é pesada sim, mas exibida num horário onde (teoricamente) não há mais crianças acordadas. Marcílio Moraes entrelaçou a realidade dos morros cariocas (existente também em outras cidades), histórias românticas e heroína da classe rica que resolve se dedicar ao combate da violência depois que seu pai é assassinado durante um assalto. Com essa alquimia, o autor atingiu pessoas muito diferentes, ampliando suas possibilidades.
Os ótimos resultados de “A Lei e o Crime” (entenda-se aqui a qualidade no vídeo e não apenas números) surpreenderam até mesmo executivos da Record, que, é claro, acreditavam no projeto, mas estavam prontos para encontrar pequenos erros ou a necessidade de ajustes. A equipe de Alexandre Avancini superou as expectativas e Marcílio Moraes deve ganhar mais episódios do que o previsto inicialmente.
Com “A Lei e o Crime” muitos executivos da Record aprenderam que, mais do que números, é a qualidade de produtos que levará a emissora para a briga com a Globo, porque o telespectador só mudará seu comportamento se encontrar algo melhor na TV.
Foto: Munir Chatak/Rede Record
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário